maio 23, 2008

Aumento dos combustíveis cria dificuldades aos bombeiros da região

As corporações de bombeiros voluntários querem ter acesso a gasóleo mais barato e querem que as comparticipações do Estado pelos serviços prestados no socorro e no transporte de doentes sejam actualizadas para valores compatíveis com o aumento das despesas.

A Associação dos Bombeiros Voluntários de Torres Novas não conseguiu este ano aumentar o ordenado dos 33 elementos profissionais que tem ao serviço numa percentagem igual à da inflação. Os telefonistas e motoristas de ambulância perdem assim poder de compra e a culpa, diz o presidente da associação, Arnaldo Santos, é dos constantes aumentos dos combustíveis que estão a asfixiar a corporação e já têm repercussões na capacidade operacional. Os bombeiros têm cada vez mais gastos com o gasóleo e estão a desviar dinheiro que devia ser aplicado na compra de materiais e equipamentos para fazer face às despesas.

O transporte de doentes, que é pago pelo Ministério da Saúde, não tem tido actualizações ao mesmo nível do aumento do gasóleo. Para alguns responsáveis de corporações da região este serviço está à beira de começar a dar prejuízo aos bombeiros. Os 40 cêntimos pagos por quilómetro até agora originavam receitas que permitiam às associações de bombeiros voluntários sobreviver e pagar despesas de manutenção de veículos e com materiais. Nos Voluntários de Santarém chegou-se a um estado em que em vez de se levar apenas um doente para uma consulta ou tratamento numa ambulância, passou-se a organizar as saídas de modo a que a mesma viatura leve vários utentes e a corporação receba dois ou três serviços numa só viagem.

Para o presidente da direcção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Santarém, Diamantino Duarte, a diminuição de receitas faz com que “a corporação tenha que andar de mão estendida a pedir” e até a fazer “empréstimos bancários nos quais os directores são fiadores”. “Não temos tesouraria que suporte o aumento dos combustíveis”, reforça o dirigente. A corporação precisa de comprar uma nova viatura de desencarceramento porque a que está ao serviço tem 30 anos e já não oferece condições de segurança. Mas com o aumentar das despesas o objectivo vai ter que ser adiado.

publicado em: O MIRANTE

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